terça-feira, 30 de setembro de 2014

Hong Kong aumenta protesto anti-China: Após uso de bombas de gás no domingo, manifestantes pró-democracia intensificam presença nas ruas como resposta

Governo local retira polícia antimotim, mas população não atende a pedido de, em troca, se desmobilizar

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Os protestos pró-democracia em Hong Kong ganharam mais força no início da madrugada desta terça (30) --início da tarde de segunda em Brasília--, quando milhares de ativistas seguiam ocupando as ruas da cidade.
O movimento cresceu após a repressão no domingo (28), quando a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar manifestantes.
Em um aparente gesto de apaziguamento, o governo de Hong Kong anunciou a retirada da polícia das ruas.
Em troca, pediu aos manifestantes "que liberem as ruas ocupadas o mais rápido possível, para dar passagem aos veículos de emergência e restabelecer os serviços de transporte público". A solicitação, porém, foi ignorada.
Os ativistas controlavam três cruzamentos vitais da cidade, onde moram mais de sete milhões de pessoas.
Nesta segunda, mais de 200 linhas de ônibus foram suspensas ou desviadas, o tráfego de bondes foi afetado e várias estações de metrô permaneceram fechadas, assim como empresas e bancos.
Isso afetou a atividade daquela que é uma importante praça do mercado financeiro mundial. A Bolsa de Hong Kong fechou em baixa de 1,9% nesta segunda.
As manifestações, em curso há algumas semanas em Hong Kong, se intensificaram no último fim de semana.
Foi o episódio de violência urbana mais grave desde que o ex-território britânico foi devolvido à China em 1997.
Os ativistas exigem que Pequim suspenda sua interferência nas eleições de Hong Kong, que goza de mais direitos políticos que os habitantes da China continental, como a liberdade de expressão e de manifestação.
SUFRÁGIO
Hoje, o chefe do Executivo local é escolhido por um comitê formado por pessoas leais a Pequim. O atual chefe, Leung Chun-ying, foi eleito em 2012 com 689 votos de um total de apenas 1.200 eleitores. Em 2007, o Congresso chinês definiu que, na eleição de 2017, o líder de Hong Kong seria escolhido por sufrágio universal --uma pessoa, um voto.
Em agosto deste ano, porém, Pequim anunciou que, apesar do sufrágio universal, somente os candidatos aprovados por um comitê eleitoral terão seus nomes nas cédulas de votação. Para os ativistas, isso é inaceitável, pois os membros desse comitê serão apontados por Pequim.
Além dos estudantes, a ampliação do movimento também é resultado do trabalho da "Occupy Central", a organização pró-democracia mais importante da ilha.
A expressão Occupy Central foi bloqueada no domingo no Weibo, a versão chinesa do Twitter. O Instagram, usado pelos manifestantes para compartilhar imagens dos protestos, também sofreu censura de Pequim.
Os protestos têm recebido pouca cobertura na China, que divulga apenas as condenações do governo às manifestações. Nesta segunda, os EUA afirmaram que apoiam "o sufrágio universal e as aspirações do povo de Hong Kong", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest. Folha, 30.09.2014
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